O Valor de Referência foi criado em 1975 por meio de um decreto presidencial com o intuito de substituir o salário mínimo como fator de correção monetária de contratos. Essa medida visava diminuir o impacto inflacionário da correção, proporcionando mais estabilidade econômica para as relações contratuais.
Na época de sua criação, o decreto estipulava cinco valores de referência distintos, sendo um para cada região do país. O Maior Valor de Referência era aplicado em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, enquanto o Menor Valor de Referência era utilizado nos estados nordestinos.
Além disso, os valores de referência são essenciais como índice para o cálculo de multas em diversas situações, como cheques sem fundo, infrações de trânsito e atraso no pagamento de tributos. Eles também são empregados no crédito rural, na definição de pequenos, médios e grandes agricultores para concessão de empréstimos, bem como no pagamento de benefícios previdenciários e débitos junto à Justiça do Trabalho.
Desde sua criação, o valor de referência sempre foi corrigido de acordo com a correção monetária oficial. No entanto, ao longo do tempo, percebeu-se que esses valores não acompanharam de forma efetiva a inflação. Em 1979, por exemplo, houve uma queda significativa da correção em relação à inflação, com uma correção de 49,3% e uma inflação de 77,2%. No ano seguinte, em 1980, a correção monetária foi prefixada em 51,4%, enquanto a inflação atingiu 110,2%, evidenciando a defasagem do sistema.
Diante disso, é possível concluir que o Valor de Referência desempenhou um papel importante na economia brasileira, mas ao longo dos anos mostrou-se insuficiente para acompanhar a variação inflacionária de forma adequada, o que evidencia a necessidade de constantes ajustes e revisões para garantir sua eficácia e relevância no cenário econômico do país.