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Teoria da firma

A teoria da firma é uma parte da teoria microeconômica que se dedica a explicar e prever as decisões da empresa ou firma, principalmente em relação ao produto final, seu preço, utilização de insumos e mudanças nessas variáveis.

A tradicional teoria da firma costuma tratar a empresa de forma abstrata, mesmo considerando características modernas, como a separação da propriedade da administração, representada por empresas de capital aberto, as complexas estruturas organizacionais que possuem e as imperfeições de informação sobre o ambiente externo em que atuam. Ela considera o objetivo da empresa como a maximização dos lucros, dadas certas condições de demanda. No entanto, o produto final, sua estrutura de preço e os insumos escolhidos pela firma podem ser diferentes se a empresa vende em um mercado competitivo perfeito ou imperfeito.

Entretanto, essa simplicidade teórica, na qual a teoria da firma se baseava, passou a ser questionada com a crescente importância dos mercados controlados por oligopólios, nos quais as empresas estão livres das tradicionais pressões competitivas. Além disso, algumas das previsões tradicionais também foram questionadas, como a ideia de que a empresa não muda seus preços em resposta a uma mudança nos custos fixos.

A partir da década de 50, houve um esforço de revisão da teoria tradicional da firma, com desenvolvimentos significativos concentrados nos objetivos da empresa, ou seja, na suposição de maximização dos lucros. Observou-se que os acionistas, proprietários da empresa e de seus lucros, não participavam ativamente da direção das empresas, que era deixada a cargo dos executivos, sendo que eles apenas esperavam a manutenção de um retorno razoável de dividendos.

Essa situação levou ao desenvolvimento de teorias baseadas na hipótese de que as decisões das empresas eram tomadas para satisfazer os objetivos dos altos executivos, e não necessariamente para maximizar os lucros. Um modelo semelhante de comportamento empresarial foi proposto por W. J. Baumol no livro "Business Behavior, Value and Growth" (Comportamento Empresarial, Valor e Crescimento), de 1966. Segundo essa teoria, o objetivo da empresa é aumentar seu tamanho, medido pelas receitas de vendas, uma vez que a satisfação administrativa depende mais do tamanho da empresa do que dos lucros.

Isso resultou em previsões de comportamento que diferem da tradicional maximização dos lucros, como a tendência da empresa em produzir mais produtos e investir mais em propaganda, ou responder a um aumento nos custos fixos elevando seus preços. Oliver Williamson também desenvolveu um modelo similar de comportamento empresarial em "The Economics of Discretionary Behavior: Managerial Objectives in a Theory of the Firm" (A Economia do Comportamento Discricionário: Objetivos Administrativos na Teoria da Firma), publicado em 1964, argumentando que a satisfação dos altos executivos depende do tamanho de seus departamentos (medido por critérios administrativos), do total de lucros retidos para investimento (sem depender de aprovação dos acionistas) e do tamanho dos benefícios administrativos que manipulam, como carros da empresa.

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