A senhoriagem, historicamente, era um conjunto de obrigações e deveres que o vassalo medieval devia ao seu senhor feudal. Uma forma específica de senhoriagem era a taxa ou renda paga ao rei pelo nobre feudal para ter o direito de cunhar moedas em seu território.

Quando relacionada à emissão de moeda, a senhoriagem é a receita obtida por aqueles que têm o poder de emitir, resultante da diferença entre o valor de face da moeda e seu custo de produção, que inclui o valor do metal correspondente e o trabalho de cunhagem propriamente dito.

Nos períodos em que o valor de face da moeda correspondia ao seu conteúdo de metal, a senhoriagem abrangia apenas os custos de cunhagem, que eram relativamente altos até o século XVII. Com o tempo, à medida que o valor de face da moeda se distanciava do valor de seu conteúdo material, a renda da senhoriagem aumentava, sendo apropriada por quem detinha o poder de emitir.

Reis e príncipes muitas vezes abusavam desse poder para fortalecer suas próprias finanças, e com o surgimento do papel-moeda em substituição às moedas metálicas, a diferença entre o valor de face e o custo de produção aumentou ainda mais. As autoridades emissoras podiam obter como receita de senhoriagem o valor total do papel-moeda emitido menos os custos de sua impressão.

A substituição do papel-moeda pelas moedas metálicas trouxe não apenas benefícios financeiros, mas também ganhos sociais, já que a produção de papel-moeda era mais barata. No sistema monetário internacional, o ouro ainda representa uma parte significativa das reservas, chegando a cerca de 30% do total atualmente.

No passado, essa proporção era ainda maior, especialmente durante o período do padrão-ouro nas transações internacionais e internas dos países mais desenvolvidos. A senhoriagem, portanto, desempenhou um papel importante ao longo da história financeira, moldando as relações entre os detentores do poder de emissão e a sociedade em geral.