A Revolução Comercial foi um conjunto de transformações nas relações de troca entre a Europa e o resto do mundo, que ocorreram entre os séculos XV e XVII. Essa revolução teve início a partir da formação dos mercados nacionais e do desenvolvimento do comércio no continente europeu, a partir do século XI.
Com a expansão da economia monetária e do comércio com o Oriente, dominado até o final do século XV por genoveses e venezianos, a Revolução Comercial foi o fator determinante da destruição do feudalismo. O ponto culminante desse período foi a descoberta do caminho das Índias através do Atlântico por Vasco da Gama em 1498, que acabou com a hegemonia das cidades italianas nas rotas comerciais.
A partir desse feito e da descoberta do Novo Mundo por Cristóvão Colombo, Portugal, Espanha, Inglaterra, Holanda e França ascenderam como potências comerciais. As fontes fornecedoras de especiarias da Ásia e da África, além das riquezas minerais do Novo Mundo, foram abertas para a Europa, tornando-se uma fonte monumental de recursos para os mercadores europeus.
Com a ampliação do comércio mundial, englobando quatro continentes, as grandes companhias de comércio, como as Índias Ocidentais e Orientais, aliadas às coroas europeias, empreenderam a luta pelo domínio das fontes de metais preciosos e especiarias. Esse período foi marcado pelo desenvolvimento do mercantilismo, resultado da acirrada concorrência entre as potências europeias.
O ouro e a prata provenientes do México e do Peru atenderam à crescente necessidade de cunhagem de moedas na Europa, que há muito tempo era um obstáculo ao desenvolvimento das relações comerciais. O desenvolvimento do comércio, as grandes viagens transoceânicas e o incremento das atividades bancárias foram marcos desse período, que muitos historiadores chamam de Idade dos Fugger.
A riqueza acumulada na Europa com o comércio colonial, o tráfico de escravos, o saque das terras descobertas e os metais preciosos do Novo Mundo foram elementos econômicos que possibilitaram recursos monetários para a Revolução Industrial no continente.
Assim, a Revolução Comercial foi um período de intensas transformações nas relações comerciais entre a Europa e o restante do mundo, que resultou não apenas em mudanças econômicas significativas, mas também no fortalecimento das potências comerciais europeias e na abertura de novas rotas e fontes de recursos para o continente.