Rerum Novarum, encíclica elaborada pelo Papa Leão XIII e tornada pública em maio de 1891, é um documento que aborda as condições de trabalho e os princípios da Igreja Católica em relação às relações entre empregados e empregadores.
O título da encíclica, que significa "Das coisas novas" em latim, reflete a preocupação da Igreja em se posicionar diante das mudanças sociais e econômicas da época. Leão XIII buscou promover uma reflexão sobre a justiça social e a dignidade do trabalho, defendendo os direitos dos trabalhadores e condenando o abuso do poder por parte dos empregadores.
Em um contexto de industrialização crescente e condições de trabalho desumanas, Rerum Novarum foi um marco na história da doutrina social da Igreja. O documento defendeu o direito à organização sindical, à jornada de trabalho digna e ao salário justo, além de condenar o trabalho infantil e a exploração dos mais vulneráveis.
A encíclica também abordou a questão da propriedade privada, defendendo-a como um direito natural, mas ressaltando a responsabilidade social dos proprietários em relação ao bem comum. Leão XIII enfatizou a importância da solidariedade e da fraternidade entre os membros da sociedade, rejeitando tanto o individualismo desenfreado quanto o coletivismo totalitário.
Em conclusão, Rerum Novarum teve um impacto duradouro no pensamento social e político, influenciando a criação de leis trabalhistas e o surgimento de movimentos sociais em defesa dos direitos dos trabalhadores. A encíclica defendeu a dignidade da pessoa humana, a solidariedade entre os membros da sociedade e a busca por uma ordem social mais justa e equitativa. Seu legado perdura até os dias atuais, inspirando a luta por um mundo mais justo e solidário.