O Modelo Harrod-Domar é um modelo de crescimento econômico que combina as contribuições de dois economistas, o inglês Roy F. Harrod e o norte-americano Evsey D. Domar. Harrod argumentou que a taxa de investimento deve ser igual à taxa de poupança, o que é uma condição suficiente para um crescimento equilibrado. Por sua vez, Domar acrescentou a necessidade de uma segunda igualdade, entre o crescimento da renda e o crescimento da capacidade produtiva.
O Modelo Harrod-Domar pode ser entendido como uma tentativa de concretizar a teoria keynesiana sobre a determinação dinâmica da renda, levando em consideração o efeito de variáveis ao longo do tempo. Seus elementos básicos são:
- Uma função de produção em que o produto Q resulta do total de capital empregado (k) multiplicado pela relação produto-capital (v), ou seja, Q = k.v. Essa relação é definida como a quantidade de capital necessária para produzir uma unidade de produto, e o modelo supõe que ela permaneça constante.
- Uma concepção de poupança baseada na propensão a poupar de Keynes, estabelecendo que a poupança total (S) em determinado período é uma porcentagem (s) da renda ou produto total (Q) daquele período, ou seja, S = s.Q.
- Supõe-se que haja pleno emprego do capital, ou seja, toda a poupança é investida e adicionada ao estoque de capital, de modo que S = I = dk, onde I representa o investimento. O capital é o único fator de produção explicitamente considerado no Modelo Harrod-Domar. O trabalho combina-se com o capital em proporções fixas, sem levar em consideração aumentos populacionais ou mudanças na demanda de trabalho à medida que a acumulação de capital ocorre.
Supondo uma relação produto-capital de 1/4 (ou seja, quatro unidades de capital são necessárias para produzir uma unidade de produto) e uma propensão a poupar de 25% (sendo os 75% restantes destinados ao consumo), e considerando um estoque inicial de capital de 400, o produto no primeiro ano seria de 400 x 1/4 = 100. Deste total, 75% seria consumido e 25% poupado, resultando em um aumento do estoque de capital de 25% de 100, ou seja, 25. Isso levaria a um estoque de capital no ano seguinte de 425, resultando em um produto de 106,25 unidades, e assim por diante.
Considerando um crescimento demográfico e da força de trabalho de aproximadamente 3% ao ano, os resultados numéricos para um período de cinco anos seriam os seguintes:
Onde (c) representa o consumo, (p) a população e (q/p) a renda per capita.