David Hume, filósofo escocês do século XVIII, é reconhecido como o maior representante do ceticismo na época e um dos precursores do liberalismo econômico. Influenciado pelo empirismo de Bacon e Locke, Hume concluiu que o conhecimento humano não pode alcançar a certeza, apenas o provável.
Impossível não mencionar a influência de Hume em grandes pensadores da época, como Kant, que afirmava que Hume o despertara de seu "sono dogmático". Adam Smith, considerado o fundador da ciência econômica, também foi profundamente influenciado por ele, desenvolvendo algumas teses fundamentais do liberalismo em suas obras filosóficas.
Em seus oito ensaios presentes em Political Discourses, de 1752, Hume discute questões econômicas de grande relevância. No primeiro ensaio, por exemplo, ele aborda os problemas do comércio exterior, criticando a ideia central do mercantilismo de que a riqueza privada é o fundamento da riqueza pública.
Hume argumenta que o comércio exterior desempenha um papel crucial no estímulo inicial da indústria, aumentando o número de empregos, a demanda interna e a riqueza nacional. No entanto, ao passar dessa fase inicial, o comércio exterior pode se tornar prejudicial, alimentando um crescimento desenfreado da demanda interna por parte das pessoas ricas.
Além disso, Hume critica a ideia de que a abundância de moeda trazida pelo comércio exterior seja a causa da queda nas taxas de juros, argumentando que estas dependem dos lucros no comércio e na indústria. Essa tese foi posteriormente retomada por pensadores como Smith e Ricardo, demonstrando a relevância e o impacto das ideias de Hume no desenvolvimento do pensamento econômico.