John Atkinson Hobson, economista e reformador social inglês, foi um precursor de Keynes e um crítico contundente da predominância da poupança em detrimento do consumo, causando crises econômicas e queda na produção. Socialista fabiano, Hobson se definia como um herético entre os economistas de sua época, recusando-se a separar a economia da ética e colocando o bem-estar humano acima do bem-estar econômico.
Criticando a teoria marginalista da utilidade final como uma "futilidade final", Hobson propôs uma nova análise da distribuição da renda. Sua principal contribuição foi a explicação das crises econômicas pelo subconsumo, baseada na ideia de desequilíbrio entre os gastos de capital e consumo devido ao excesso de poupança de uma minoria privilegiada, freando a utilização dos meios de produção disponíveis.
Defendendo um investimento constante da poupança para incentivar a demanda de bens, Hobson argumentou que a injusta repartição da renda era um dos fatores que provocavam o excesso de poupança e a insuficiência do consumo. Propôs a realização de obras públicas financiadas pelo Estado como solução para a crise.
Além disso, em sua obra "Imperialism: A Study" (Imperialismo: Um Estudo), Hobson comparou as despesas públicas em empreendimentos coloniais com os lucros dos capitalistas, concluindo que a Inglaterra deveria abandonar o imperialismo baseado em altos impostos dos contribuintes para sustentar ganhos particulares.
Membro do Partido Trabalhista inglês e autor de 35 livros, Hobson teve suas ideias influentes na evolução da doutrina do partido e foi frequentemente citado por autores marxistas. Suas contribuições para a economia e para o debate sobre o imperialismo deixaram um legado duradouro no pensamento econômico e social.