A hipótese Modigliani-Duesenberry sobre a importância dos hábitos para a explicação das flutuações do consumo é uma teoria que vai além da simples relação entre renda e gastos. Segundo essa teoria, os consumidores não se baseiam apenas na renda corrente para determinar seus gastos, mas também levam em consideração o nível de sua última renda máxima.
Essa abordagem sugere que os consumidores tendem a planejar seu consumo com base nos hábitos formados a partir de seus níveis de renda anteriores, esperando manter um padrão de vida semelhante ao que já experimentaram. Dessa forma, mesmo que ocorra uma diminuição na renda, os consumidores podem resistir em reduzir seus gastos, o que pode levar a uma diminuição na taxa de poupança, podendo até mesmo se tornar negativa em alguns casos.
Estudos que aplicaram essa hipótese nas economias americana, canadense e alemã, durante o período entre guerras, obtiveram resultados significativos. Além disso, a variante proposta por T. E. Davis, que substitui a renda máxima pelo nível de consumo máximo alcançado, também trouxe insights interessantes sobre o comportamento do consumidor e suas decisões de gastos.
Em resumo, a hipótese Modigliani-Duesenberry destaca a influência dos hábitos e das experiências passadas na determinação dos padrões de consumo dos indivíduos, demonstrando que fatores além da renda corrente podem impactar significativamente as decisões de gastos. Essa teoria oferece uma perspectiva mais abrangente e complexa sobre o comportamento do consumidor, enriquecendo o campo da economia e contribuindo para uma compreensão mais profunda das flutuações do consumo ao longo do tempo.