A doutrina da escola clássica, que surgiu no século XIX, trouxe consigo uma visão bastante específica sobre o significado de fundo de salários. De acordo com essa corrente de pensamento, o salário médio do trabalhador era determinado pela quantidade de capital disponível nas mãos dos empregadores, dividida pelo número de trabalhadores.
Segundo essa perspectiva, os salários não poderiam aumentar sem um crescimento no capital disponível para os empregadores. Isso significava que, para haver aumentos efetivos nos salários, era necessário que houvesse um aumento na poupança dos empregadores. Portanto, a redução da poupança seria vista como o único meio plausível de garantir aumentos reais nos salários dos trabalhadores.
Essa abordagem da escola clássica reflete uma visão econômica bastante simplificada e centrada nas relações entre capital e trabalho. Para os defensores dessa doutrina, o fundo de salários era diretamente influenciado pela disponibilidade de capital por parte dos empregadores, o que limitava as possibilidades de aumento salarial sem um correspondente aumento nos recursos financeiros disponíveis.
No entanto, vale ressaltar que essa visão restrita sobre o fundo de salários foi sendo questionada ao longo do tempo, à medida que novas teorias econômicas foram se desenvolvendo. Atualmente, a compreensão sobre os determinantes dos salários é muito mais complexa e leva em consideração uma série de fatores, como produtividade, demanda por mão de obra e políticas governamentais.
Em suma, a doutrina da escola clássica trouxe uma contribuição importante para a história do pensamento econômico, ao estabelecer uma relação direta entre o fundo de salários e a disponibilidade de capital. No entanto, essa abordagem simplificada foi sendo gradualmente superada por teorias mais abrangentes e atualizadas, que consideram uma gama mais ampla de variáveis na determinação dos salários.