As companhias de comércio foram instituições características do período mercantilista, estabelecidas por comerciantes e governos europeus com o objetivo de controlar e impulsionar as relações comerciais entre a metrópole e as colônias, bem como para a conquista e administração de territórios coloniais. Essas companhias, organizadas com propósitos monopolistas, representavam uma versão atualizada das antigas associações de mercadores medievais, como a Liga Hanseática.
As características das companhias de comércio variavam de acordo com o país de origem. Em Portugal, por exemplo, a Companhia Geral do Comércio do Brasil (1649) foi criada para defender o território colonial e a frota comercial portuguesa contra piratas franceses, ingleses e holandeses. Já as companhias inglesas, francesas e holandesas das Índias Orientais e Ocidentais tinham finalidades diferentes e foram estabelecidas com propósitos específicos.
No Brasil colonial, a primeira sociedade comercial portuguesa foi a Companhia Geral do Comércio do Brasil (1649), inspirada pelo padre Antônio Vieira, conselheiro de Dom João IV. Essa companhia detinha o monopólio sobre a venda de produtos como vinho, azeite, farinha, bacalhau e pau-brasil, além de poder proibir a fabricação de produtos que competissem com os da metrópole. Outras companhias, como a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão (1755) e a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba (1759), foram criadas para controlar o comércio regional com Lisboa.
As companhias privilegiadas, em escala mundial, desapareceram definitivamente no século XIX com o desenvolvimento do capitalismo industrial, que buscava expandir a produção e penetrar em todos os mercados. Essas companhias foram substituídas por um sistema econômico mais aberto e competitivo, baseado nos princípios do livre comércio.